Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Rosana Tamyres Ferreira - Psicólogo CRP 06/139956
O parto é um momento muito intenso para qualquer mulher. É nesta hora que ela dá à luz a uma nova vida com quem vai compartilhar muitos momentos até o fim dos seus dias. É no parto que começa o que para muitas mulheres é um grande sonho e uma aventura: a maternidade.
No entanto, no meio desse turbilhão de emoções, combinada com uma variação hormonal intensa, nem sempre a sensação de tornar-se mãe é recebida de forma natural e fácil.
Não raro poucos dias após o nascimento do bebê, a mãe se depara com sintomas de tristeza e desânimo, que caso se instalem permanente e gradativamente, podem se transformar em um quadro de depressão pós-parto. Mas o que você sabe sobre essa condição?
A depressão pós-parto (DPP), segundo os psicólogos, vem afetando aproximadamente 15% das mulheres.
Existem casos clínicos que foram reconhecidos como psicose pós-parto, um tipo mais grave de transtorno de humor pós-parto, a qual se considera uma das principais causas de homicídio de crianças.
O que é a Depressão Pós-Parto
A depressão pós-parto pode ocorrer logo após o parto, mas comumente o seu desenvolvimento acontece de maneira lenta, ao longo de meses e até um ano após o nascimento da criança.
A depressão pós-parto é caracterizada por sentimento de tristeza profunda. Estas sensações, no entanto, não estão exclusivamente relacionadas ao bebê, mas se referem a todas as esferas da vida da mulher.
Além destes sintomas, é comum que haja mudanças no apetite, falta de energia durante o dia, sonolência e ausência do retorno do desejo sexual.
É comum que mulheres que sentem os sintomas iniciais da depressão pós-parto não falem sobre seus sentimentos e tentem escondê-los por se sentirem relutantes em aceitar a condição.
Afinal, em muitos casos, o parto correu bem, o bebê é saudável e a mulher acredita não ter motivos para se sentir de determinada forma, atribuindo os sentimentos a um insucesso pessoal ou a uma hipotética incapacidade sua.
No entanto, este pensamento só agrava o problema e precisa ser combatido, já que a depressão pós-parto é uma condição médica que pode ser tratada com apoio psicológico. Estima-se que este tipo de depressão acionada pelo parto ocorra em cerca de 10% a 15% das mulheres, sendo muito mais comum do que se imagina.
Até décadas atrás, a depressão pós-parto podia ser encarada como falha de caráter ou algo assim. Antes, não se compreendia bem esses estados de humor das mães ao sofrerem desse mal.
Recentemente, graças a novos estudos sobre os quadros clínicos de humor das mães, ficou evidente a existência da depressão pós-parto.
A depressão pós-parto prejudica não apenas a mãe como pode promover uma ruptura emocional com a criança.
Fatores que desencadeiam a Depressão Pós-Parto
Até onde se sabe, não é possível afirmar quais os fatores exatos que podem desencadear a depressão pós-parto. A condição pode atingir qualquer mulher, no entanto, pessoas que já lidaram com quadros de depressão no passado geralmente possuem maior inclinação a desenvolvê-la novamente neste período.
Fatores genéticos também podem influenciar o aparecimento, portanto, mulheres que possuem casos de depressão na família podem ter uma tendência levemente maior de ter depressão pós-parto.
As mudanças hormonais que ocorrem neste período também podem ter grande influência no desencadear da depressão pós-parto. Afinal, após ter o bebê, ocorre uma brusca queda na produção hormonal da mulher, o que pode afetar os níveis de humor e energia do dia a dia.
Médicos e psicólogos acreditam que seja uma combinação de fatores físicos e emocionais. Tais fatores costumam apresentar certas alterações hormonais e distúrbios de sono.
No geral, as possíveis causas da depressão pós-parto podem ser:
- Histórico de transtornos da pessoa, como transtorno bipolar;
- Depressão na família;
- Diagnóstico de estresse e ansiedade;
- Problemas na gravidez;
- Problemas de saúde em geral;
- Perspectivas emocionais sujeitas ao sofrimento;
- Falta de apoio do companheiro;
- Medo de se tornar mãe com o aumento da responsabilidade;
- Abuso de substâncias.
Na fase de gestação, o organismo da mulher recebe altas doses de hormônios como o estrógeno e a progesterona.
Todos eles trabalham de forma acelerada no seu sistema nervoso central. Após o parto, eles tendem a cair de forma abrupta, ocasionando o transtorno.
Quando é necessário buscar ajuda
Muitas mulheres passam por ansiedade e tristeza logo após o nascimento do filho. No momento em que estes sintomas se acentuam e tornam-se frequentes, há suspeita do transtorno.
É normal que poucos dias após o parto apareçam sintomas leves de tristeza que devem desaparecer em pouco tempo. Afinal, o corpo e a mente ainda estão se ajustando a este novo momento da vida.
No entanto, quando estes sentimentos duram mais de duas semanas ou se a tristeza começa a ficar gradativamente mais profunda, é sinal de que há algo errado e que está na hora de buscar ajuda de um psicólogo.
É importante que a mulher não tenha medo nem vergonha de revelar seus sentimentos e entenda que esta é sim uma condição normal, um problema que possui cura e que é enfrentado por milhares de mulheres todos os anos.
Os sintomas mais acentuados que indicam a necessidade de buscar o auxílio de um profissional são:
- Tristeza prolongada;
- Desesperança e desamparo;
- Cansaço excessivo, falta de energia;
- Quadros de ansiedade, nervosismo e estresse;
- Crises de choro;
- Perturbações no sono;
- Problemas digestivos e na alimentação;
- Sentimento de culpa;
- Baixa autoestima;
- Medo de estar sozinha.
É importante verificar junto ao profissional da saúde todo o quadro antecedente de risco da mãe. Por isso a ajuda de um psicólogo como prevenção são extremamente importantes neste momento.
Os tratamentos comuns aos quadros de depressão pós-parto costumam incluir a psicoterapia, terapias interpessoais como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e terapias psicodinâmicas.
É importante que a mulher não esteja sozinha nesse processo. O companheiro, a família e os amigos têm um papel muito importante. Eles servirão de apoio e estímulo. Não é preciso sofrer.
Com o tratamento adequado, feito ainda nos estágios iniciais da depressão, é possível fazer com que a nova mãe se sinta como ela mesma novamente, fique apta a cuidar do seu bebê com toda energia, felicidade e vigor que este momento merece.
Para solucionar o problema, o mais indicado é buscar ajuda de um psicólogo ou um profissional qualificado vai ajudá-la a lidar com as mudanças e saber orientá-la quanto à necessidade de iniciar um tratamento com antidepressivos ou terapia.
Além disso, é importante poder contar com o apoio de familiares e amigos durante esta fase e também saber aceitar a ajuda oferecida por eles.
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Autor: psicologa Rosana Tamyres Ferreira - CRP 06/139956Formação: A psicóloga Rosana Tamyres Ferreira é pós-graduada pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa. Sua experiência em liderança, gestão de projetos e gestão de pessoas têm sido de grande importância em seus atendimentos na área clínica...