Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Kamilla Giacomassi - Psicólogo CRP 06/84766
Você já sentiu muita vontade de fazer uma coisa, mas por alguma razão não foi atrás ou não conseguiu executá-la?
Por exemplo, você anseia por uma promoção, mas quando se depara com oportunidades que podem ajudá-lo a alcançar esse objetivo, você as recusa ou não as aproveita como deveria. Mesmo que no momento você pense que recusar seja a melhor coisa a fazer, depois você fica frustrado e ansioso.
Esse processo de privar a si mesmo de seus desejos é chamado de autossabotagem. Segundo psicólogos, comportamentos e pensamentos autossabotadores previnem as pessoas de conseguirem o que realmente desejam em suas vidas.
A autossabotagem leva a uma vida de muito sofrimento e frustração uma vez que priva as pessoas de alcançarem a autorrealização. Algumas tendem a se autossabotar mais que outras por questões emocionais que não conseguem lidar sozinhas. Pensando nisso, preparamos este post sobre comportamentos autossabotadores.
O que são comportamentos autossabotadores?
Os comportamentos autossabotadores acontecem porque o nosso subconsciente tenta nos proteger de uma possível decepção ou dor emocional. É uma maneira pouco saudável e muitas vezes ilógica de autopreservação já que esses comportamentos se manifestam quando não há uma ameaça.
Em algum lugar em seu inconsciente, a pessoa que se autossabota batalha contra o objetivo que tanto almeja. Mesmo que o seu jeito de agir a deixe infeliz, ela encontra milhares de razões para justificá-lo. Basicamente, ela mente para si mesma para preservar esse comportamento ruim, porém confortável.
A autossabotagem pode ser tanto passageira quanto nos acompanhar ao longo da vida. É normal, por exemplo, se sentir inseguro em um emprego novo ou ao receber mais responsabilidades no trabalho.
Você pode tentar se autossabotar ocasionalmente para evitar irritar ou decepcionar o seu chefe, cometer erros que prejudiquem a sua imagem de profissional competente e ouvir comentários negativos sobre o seu desempenho.
Além disso, algumas pessoas são mais inseguras por conta de suas experiências de vida e personalidade. Assim, elas têm uma tendência maior à autossabotagem por duvidarem constantemente de seu potencial.
Há, ainda, outro caso: o perfeccionismo. Indivíduos perfeccionistas têm dificuldade para encarar seus trabalhos quando se encontram em suas fases iniciais. Ou seja, quando ainda precisam ser revisados e aprimorados. Como a primeira versão não é perfeita, eles tendem a se autossabotar e não dar continuidade a eles, ou dedicar muito tempo para consertar detalhes insignificantes.
Quais são os comportamentos autossabotadores?
A autossabotagem não se resume somente a se recusar fazer algo que você deseja. Ela se manifesta em diversos comportamentos, que nem sempre são percebidos como negativos pela pessoa que se autossabota.
Se não combatermos esses impulsos quando eles aparecerem, eles podem se tornar hábitos e minar a nossa felicidade e sucesso.
Você está se autossabotando se:
- Comete erros propositalmente para não conseguir o que quer;
- Se recusa a aproveitar oportunidades de mudar a sua vida;
- Se diminui, dizendo a si mesmo que não tem capacidade para realizar os seus sonhos;
- Culpa os outros quando as coisas dão errado;
- Escolhe desistir quando encontra dificuldades;
- Procrastina com frequência;
- Tem dificuldade para dizer o que você quer;
- Tem dificuldade para determinar e compreender as suas necessidades;
- Pensa demais antes de tomar uma decisão;
- Teme correr riscos;
- Passa mais tempo planejando do que agindo;
- Só vê os lados negativos das situações;
- Fica paralisado, sem saber o que fazer diante de problemas e oportunidades;
- Tem medo de se expor; e
- Confronta pessoas que questionam seus comportamentos autossabotadores.
Como combater comportamentos autossabotadores?
Para combater a autossabotagem, você precisa fazer pequenos enfrentamentos. Isto é, olhar para si mesmo e confrontar o que está causando esses comportamentos tão desagradáveis.
1. Reconheça os seus hábitos autossabotadores
Muitas pessoas perpetuam comportamentos autossabotadores ou até mesmo autodestrutivos porque eles se tornaram hábitos. Elas permitem que eles continuem a atrapalhar o seu bem-estar porque não tem consciência disso.
Por conta disso, procure reconhecer os seus hábitos negativos e positivos, bem como qualidades e defeitos, para compreender como você se autossabota. Nós somente conseguimos modificar as nossas condutas ruins quando as identificamos.
Faça isso sem alimentar julgamentos. Não se recrimine por ter hábitos que lhe atrapalham no dia a dia. Todas as pessoas possuem ou já possuíram condutas falhas, as quais dificultaram as suas vidas de alguma forma. Não somos perfeitos, então é comum que isso aconteça.
2. Identifique as causas
Em seguida, se pergunte o porquê da sua vontade de se autossabotar existir. Identificar as causas desse comportamento também vai lhe ajudar a modificá-lo. Normalmente, a autossabotagem tem ligação com a desvalorização. Você não sente que merece ter sucesso, então faz de tudo para impedir que isso aconteça.
Para ajudar nesse processo de autoconhecimento, você pode se fazer algumas perguntas, como:
- Se eu quero tanto isso, por que não consigo tê-lo?
- Por que eu sinto vontade de me sabotar?
- Por que não me acho merecedor de realizar os meus sonhos?
- Do que eu tenho medo?
3. Faça reflexões
Pessoas bem-sucedidas dedicam tempo para a autorreflexão. Esse exercício lhes ajuda a ter insights valiosos sobre as suas condutas e os resultados obtidos até então, dissecar as causas dos seus problemas, compreender aspectos de sua personalidade e avaliar o que podem aprender com os seus erros. Então, elas conseguem ajustar o seu curso de ação conforme as suas reflexões.
Experimente refletir sobre os seus comportamentos autossabotadores, experiências de vida, relacionamentos, crenças pessoais e emoções experimentadas com frequência. Você obterá uma perspectiva nova sobre o seu jeito de ser, facilitando o início do processo de mudança e de transformação de fatores que estão lhe prejudicando.
4. Mude o seu diálogo interno
O diálogo interno consiste naquela vozinha que surge quando estamos prestes a tomar uma decisão ou estamos com a mente ociosa. Ela influencia a forma como nos enxergamos, os nossos comportamentos, o nosso processo de tomada de decisão e os nossos sentimentos.
A pessoa com diálogo interno negativo, cheio de autocríticas e rigidez, tende a ser medrosa, insegura, tímida em excesso e pessimista. Em vez de ajudá-la, a sua voz interior intensifica os seus medos e encoraja condutas causadores de sofrimento.
Já a pessoa com diálogo interno positivo, que é apoiador e compassivo, é confiante, tranquila, determinada e otimista. Ela pode sentir medo e insegurança, mas consegue lidar com esses sentimentos de modo que eles não a impeçam de fazer o deseja. A sua autoestima também é alta.
Reflita: como é o seu diálogo interno? Ele ajuda ou atrapalha? Se ele for demasiadamente negativo, está na hora de mudá-lo.
5. Modifique comportamentos
Uma vez que você sabe quais são seus comportamentos autossabotadores e porque eles existem, você pode modificá-los. É claro que esse processo não é simples nem rápido. Afinal, anos e anos de condutas inadequadas não desaparecem de uma hora para a outra.
Para mudar os hábitos que corroboram para a autossabotagem, você precisa ter disciplina e força de vontade. É normal ter recaídas ao longo do caminho. O que não se pode fazer é desistir. Caso não consiga fazer isso sozinho, não fique alarmado!
A terapia pode ajudá-lo a fazer as mudanças necessárias para eliminar a insegurança e o medo, substituindo-os pelo otimismo e coragem. A terapia é, de fato, a ferramenta que muitos procuram para cessar o sofrimento psicológico e emocional oriundo de comportamentos desadaptativos.
6. Estabeleça objetivos e faça planos
Para ajudar na mudança de hábitos, faça planos!
Certamente você possui objetivos de vida ou, pelo menos, metas que deseja cumprir até um determinado prazo. Se nunca parou para pensar nisso, defina pelo menos três objetivos de longo prazo que almeja realizar ao longo da sua vida. Eles vão ajudá-lo a ter motivação para combater os comportamentos autossabotadores.
É provável que você tenha vontade de se autossabotar enquanto trabalha para realizá-los. Essa vontade de retornar aos velhos hábitos é esperada e proporciona uma oportunidade bastante eficiente para você enfrentar a autossabotagem, persistindo até alcançar o seu objetivo.
7. Acostume-se com o fracasso
Todo mundo já fracassou e provavelmente vai fracassar mais no futuro. Infelizmente, o fracasso é estigmatizado. Muitas pessoas que fracassam possuem dificuldade para encarar os seus erros com maturidade e lidar com o gosto amargo deixado pela tentativa falha de obter sucesso.
O problema é que essa resistência aumenta a insegurança e a sensação de incompetência. Como o fracasso é uma experiência extremamente comum, faz mais sentido aprender a lidar com ele do que tentar evitá-lo, não é? Fracassar traz muitos aprendizados e nos ajuda a aperfeiçoar pontos passíveis de melhorias em nossos projetos.
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Autor: psicologa Kamilla Giacomassi - CRP 06/84766Formação: A psicóloga Kamilla Giacomassi é formada Universidade Presbiteriana e possui uma especialização em andamento em Psicanálise pela AEP. Atua em demanda como síndrome do pânico, TDAH (Transtorno de Déficit e Atenção e Hiperatividade), fobias, lutos, entre outras...