Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Amanda Mendes Martins da Costa - Psicólogo CRP 06/155761
Vamos conhecer um pouco mais sobre psicopedagogia e sobre a sua importância? A capacidade de aprender coisas novas é uma habilidade necessária para a sobrevivência humana.
Deficits nas funções cognitivas utilizadas no processo de aprendizado de novos conteúdos, como memória, raciocínio lógico e concentração, podem dificultar a conclusão do ensino médio ou graduação, bem como a vida profissional.
O indivíduo com dificuldade de aprendizagem normalmente é visto como “preguiçoso” ou “lerdo”, como se não tivesse a mesma competência ou boa vontade que os demais. Isso, é claro, não é verdade.
Além desses comentários não ajudarem a situação, eles machucam a autoestima do indivíduo. De acordo com psicólogos, muitos indivíduos nessa condição desistem de tentar estudar, têm vergonha de suas inabilidades e/ou veem esses comentários maldosos como se fossem verdadeiros.
Quem tem alguma dificuldade de aprendizagem pode trabalhar as suas funções cognitivas e encontrar métodos de estudo mais favoráveis para as suas necessidades. O profissional que auxilia indivíduos a atingir esses objetivos é o psicopedagogo.
O que é psicopedagogia?
Psicopedagogia é o nome do ramo da psicologia associado à pedagogia. A união desses dois campos de atuação trouxeram muitos conhecimentos sobre a capacidade de aprendizagem das pessoas.
Os psicopedagogos auxiliam crianças, adolescentes e adultos com dificuldade de aprender a melhorarem a sua relação com o aprendizado. Eles combinam as teorias da psicologia e da pedagogia para identificar deficits no processo de aprendizagem e, assim, sugerirem maneiras de aprimorá-lo.
Existem muitos transtornos de aprendizagem que podem dificultar a aquisição de conhecimento. Quando identificados na infância, eles podem ser tratados com mais facilidade e não trazem sofrimento significativo ao indivíduo.
Por essa razão é recomendado que pais não hesitem em buscar um profissional ao notarem sinais de dificuldades na escola, mesmo quando não estiverem totalmente relacionados aos estudos.
Algumas das condições relacionadas à aprendizagem são:
- Discalculia: dificuldade para calcular, resolver problemas matemáticos e identificar números;
- Dislexia: dificuldade de compreender informações de materiais escritos e leitura imprecisa ou lenta; e
- Disgrafia: dificuldade para escrever, como, por exemplo, trocar letras em palavras com fonética semelhante, cometer erros de ortografia, não conseguir construir argumentos lógicos e não saber onde colocar acentos nas palavras.
O Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno de Deficit de Atenção (TDA) não são considerados condições de aprendizagem, mas eles interferem na capacidade de aprender.
Pessoas com essas condições costumam apresentar dificuldades na capacidade de conceituação, abstração, raciocínio, organização e planejamento de informações. O grau de dificuldade varia de caso para caso.
Benefícios da psicopedagogia
A psicopedagogia aprimora tanto o processo de aprendizagem e os hábitos educacionais dos pacientes quanto eleva a sua autoestima. Para melhorar a compreensão dos seus benefícios, os separamos em tópicos abaixo.
1. Autoestima
O indivíduo que acredita não ter a mesma capacidade de aprender que os demais costuma a se colocar para baixo e ter vergonha de si mesmo, seja na escola ou no trabalho.
Como o principal ambiente social frequentado por adolescentes e crianças é a escola, uma vez que os seus hábitos de estudo melhoram e eles passam a conhecer o seu próprio processo de retenção de conhecimento, eles tendem a se sentir melhores consigo mesmos.
Já os adultos tendem a precisar de um tempo maior para desconstruírem as opiniões formadas sobre si mesmos ao longo da vida. Sendo assim, podem precisar de mais sessões voltadas às questões emocionais.
De todo modo, o psicopedagogo contribui significativamente para o fortalecimento da autoestima dos pacientes. Eles se sentem mais motivados e confiantes quando começam a perceber os resultados das consultas.
2. Hábitos educacionais
Por “hábitos educacionais” entende-se a maneira como um indivíduo se prepara para adquirir conhecimento. Algumas pessoas possuem mais facilidade para aprender quando assistem a uma aula enquanto outras retêm informação ao fazer leituras.
No momento do estudo, essas pessoas podem utilizar os meios mais benéficos para aprenderem com qualidade. Isso, é claro, requer autoconhecimento.
Os hábitos educacionais também se entendem para:
- Fazer anotações durante as aulas ou sessões de estudo;
- Manter o ambiente de estudo sempre organizado;
- Cessar as distrações do ambiente, como celular ou TV;
- Questionar o professor ou buscar respostas sempre que estiver com dúvida;
- Dispor-se a trabalhar com os outros para aprofundar o conhecimento quando necessário;
- Ter persistência quando o conteúdo parece difícil;
- Gerenciar a procrastinação e impulsividade; e
- Estudar a matéria antes da semana de prova.
O psicopedagogo auxilia seus pacientes a encontrarem os melhores hábitos para suas personalidades e necessidades. Assim, eles conseguem, aos poucos, a mudar a sua relação com os estudos.
3. Processo de aprendizagem
A combinação do fortalecimento da autoestima e do desenvolvimento dos hábitos educacionais facilita o processo de aprendizagem.
O psicopedagogo também pode fazer uso de atividades lúdicas, como desenhos, quebra-cabeças e jogos, durante as consultas. Essas atividades conseguem envolver os pacientes no ato de aprender por serem divertidas e, ainda, trabalham as suas funções cognitivas, como coordenação motora, memória e concentração.
Ao longo do acompanhamento psicopedagógico, os pacientes também são submetidos a testes para mensurar a sua avaliação.
Quem pode ser um psicopedagogo?
O psicopedagogo é um profissional com graduação em psicologia, pedagogia, fonoaudiologia e demais áreas relacionadas aos campos de saúde e educação que optam por uma pós-graduação em psicopedagogia.
A função desse profissional é analisar obstáculos tanto para a assimilação de novos conhecimentos quanto para colocá-los em prática no cotidiano. Dessa forma, ele é conhecedor do processo de aprendizagem em idades diferentes.
O psicopedagogo pode atuar tanto em clínicas de psicoterapia quanto em escolas e empresas privadas e públicas. Ele trabalha para melhorar os processos de aprendizagem dentro das salas de aula e dos departamentos, podendo desenvolver planos psicopedagógicos com base nas necessidades dos pacientes.
Como o psicopedagogo atua?
Durante a primeira consulta, o psicopedagogo ouve o relato do paciente e/ou da sua família sobre as dificuldades na vida escolar ou profissional. Em seguida, uma avaliação psicopedagógica é realizada para determinar em quais áreas o paciente apresenta dificuldades.
Ele também considera as emoções do paciente em relação à sua relação com a aprendizagem. Como dito, muitos indivíduos com dificuldade para aprender vivem situações que afetam negativamente a sua autoestima.
Eles podem transferir o seu descontentamento consigo mesmos para os estudos e, assim, se recusarem a aprender coisas novas.
A partir dos resultados da avaliação, o psicopedagogo consegue determinar quais caminhos seguir no tratamento do transtorno de aprendizagem, incluindo quais ferramentas e métodos podem ser utilizados em benefício do paciente.
Algumas crianças precisam de instruções especializadas em somente uma ou duas áreas enquanto outras requerem a construção de rotinas e programas educacionais rigorosos. O psicopedagogo, então, auxilia o paciente no desenvolvimento de hábitos de estudo mais satisfatórios.
O mesmo processo é aplicado nas terapias voltadas para os adolescentes e adultos. No entanto, esses pacientes podem precisar de mais sessões de terapia comportamental por terem mais experiências de vida e autoimagem consolidadas.
O profissional também pode recomendar terapias complementares, como fonoaudiologia e psiquiatria, para ajudar o paciente a desenvolver o seu potencial total.
Quando procurar a psicopedagogia?
Os sinais que podem demonstrar a dificuldade de aprendizagem em crianças são:
- Não ter motivação para aprender coisas novas;
- Não ter motivação para ir à escola;
- Ter crises de choro ou ataques de raiva ao precisar fazer algo relacionado aos estudos;
- Procrastinar;
- Ter dificuldade para fazer trabalhos escolares;
- Chegar em casa com boletins com notas baixas;
- Apresentar dificuldade para fazer cálculos, escrever ou realizar leituras; e
- Não mostrar interesse em estudar mesmo quando abordagens diferentes são utilizadas.
Em alguns casos, as crianças também podem ter problemas de socialização e não conseguirem fazer amiguinhos ou se sentirem isoladas do restante da classe. Elas também podem voltar para casa irritadas, tristes ou desanimadas e não contarem o motivo aos pais.
Normalmente, os professores são os primeiros a identificar deficits no processo de aprendizagem dado que convivem com a criança e adolescente no momento em que eles utilizam as suas funções cognitivas. Assim, os pais são notificados sobre as dificuldades dos filhos.
Já os sinais a serem procurados nos adultos são:
- Baixo desempenho profissional ou acadêmico;
- Falta de motivação para estudar;
- Falta de motivação para ir às aulas ou ao trabalho;
- Problemas em compreender conteúdos (gráficos, textos e cálculos) e interpretá-los;
- Dificuldade com atividades de raciocínio lógico;
- Desatenção;
- Lapsos de memória; e
- Estresse elevado ou irritabilidade.
O grau de dificuldade de aprendizagem varia de pessoa para pessoa. Assim, é impossível afirmar que todos os casos são iguais. Se você identificou alguns desses sinais em você ou seu filho, procure por um psicopedagogo para fazer uma avaliação psicopedagógica.
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