Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Amanda Mendes Martins da Costa - Psicólogo CRP 06/155761
Você conhece uma pessoa que sente necessidade de mentir, mesmo em situações corriqueiras? Isso se chama mitomania, a mentira faz parte do espectro humano, mas quando ela se torna frequente e obsessiva, isso pode ser um sinal de mitomania.
Com o tempo, desenganos que seriam inofensivos podem ser capazes de prejudicar outras pessoas — ou mesmo o próprio mentiroso.
Continue lendo para descobrir como essa compulsão acontece.
O que é mitomania
A mitomania é um termo que se refere a um distúrbio psicológico caracterizado pela tendência compulsiva e crônica de mentir. Então, as pessoas que sofrem dessa condição têm dificuldade em distinguir a verdade da ficção e muitas vezes criam histórias elaboradas e fantasiosas para si mesmas.
Os mitômanos geralmente mentem para chamar a atenção, obter simpatia, aumentar sua autoestima ou evitar as consequências de suas ações.
Essas mentiras podem ser tão elaboradas que a própria pessoa que as conta pode começar a acreditar nelas. Por isso, a mitomania é considerada um transtorno psiquiátrico e pode estar associada a outros distúrbios mentais, como transtornos de personalidade.
Então, é importante notar que essa condição é diferente de pequenas mentiras ocasionais que todos contamos em situações sociais. Ela envolve um padrão consistente de mentiras compulsivas que podem prejudicar significativamente a vida da pessoa afetada e a forma como ela é percebida pelos outros.
Como se desenvolve a mitomania
As pessoas mentem por motivos diversos, mas a mitomania é um distúrbio complexo e multifacetado, e sua origem exata não é totalmente compreendida. Porém, existem alguns fatores que geralmente estão associados ao seu surgimento. Alguns deles são:
Mitomania também causa trauma e estresse
Experiências traumáticas ou estressantes na infância ou ao longo da vida podem contribuir para o desenvolvimento da mitomania. Então, o ato de inventar histórias pode ser uma forma de lidar com a realidade difícil ou escapar temporariamente do estresse emocional.
Problemas de autoestima
Indivíduos com baixa autoestima ou insegurança podem recorrer à mitomania como uma maneira de criar uma imagem mais positiva de si mesmos. Por isso, contar histórias fantasiosas pode ser uma tentativa de buscar validação e aceitação.
Transtornos de personalidade
Por isso, a mitomania muitas vezes está associada a outros distúrbios, como o transtorno de personalidade borderline, o transtorno de personalidade histriônica ou o transtorno de personalidade narcisista.
Fatores biológicos da mitomania
Alterações no funcionamento cerebral, incluindo áreas relacionadas ao processamento da informação e controle de impulsos, podem desempenhar um papel na mitomania. Entao, desequilíbrios nos neurotransmissores, como a serotonina, também podem estar envolvidos.
Influência social e mitomania
Então, a mitomania pode ser reforçada por recompensas sociais. Se as mentiras levam a atenção positiva, simpatia ou outros benefícios sociais, a pessoa pode ser mais propensa a continuar esse comportamento.
Como identificar a mitomania
Identificar um mentiroso patológico pode ser desafiador, já que as pessoas com esse distúrbio são muitas vezes habilidosas em suas mentiras e podem até acreditar nas histórias que contam. No entanto, há alguns sinais que podem indicar a presença dessa condição. São eles:
1. Histórias inconsistentes
A pessoa com mitomania pode apresentar narrativas que não se alinham entre si ao longo do tempo. As histórias que contam podem mudar ou contradizer umas às outras, ou podem haver terceiros envolvidos que contam uma versão diferente dos fatos ocorridos.
2. Grandiosidade
Muitas vezes, as mentiras de uma pessoa com mitomania envolvem conquistas extraordinárias, habilidades excepcionais ou eventos dramáticos. Elas podem se retratar como heróis ou vítimas em situações exageradas.
3. Padrão repetitivo
A mitomania envolve um padrão persistente de mentiras, não apenas mentiras ocasionais. Se alguém está constantemente inventando histórias que parecem improváveis ou inconsistentes, pode ser um sinal.
4. Mentiras desnecessárias
As mentiras da pessoa com mitomania muitas vezes não têm um propósito aparente e podem ser contadas sem razão aparente. Elas podem mentir mesmo quando não há vantagem óbvia em fazê-lo.
5. Reação emocional inadequada
A pessoa pode ter uma reação emocional exagerada ou dramática quando confrontada com suas mentiras. Isso pode incluir raiva, defensividade extrema ou até mesmo uma resposta emocional intensa, como lágrimas.
6. Problemas nos relacionamentos
A mitomania pode causar problemas nos relacionamentos pessoais e profissionais, pois os outros podem ter dificuldade em confiar na pessoa devido às suas mentiras frequentes.
7. Excesso de acontecimentos mirabolantes
Não é só porque uma história parece extraordinária que ela é mentira. Porém, fique atento se a pessoa sempre tem algum acontecimento interessante para contar. Será que é possível que sempre aconteça algum fato curioso com a mesma pessoa?
Consequências da mitomania
A mitomania pode acarretar diversos perigos e complicações, tanto para o indivíduo que sofre do distúrbio quanto para as pessoas ao seu redor.
Afinal, as mentiras frequentes podem minar a confiança nos relacionamentos pessoais e profissionais. Os amigos, familiares e colegas podem ter dificuldade em confiar na pessoa com mitomania, o que pode levar a isolamento social e problemas interpessoais.
Por outro lado, no ambiente de trabalho, as mentiras constantes podem levar a problemas de desempenho, demissões e dificuldades em manter empregos. A falta de confiabilidade pode prejudicar a reputação profissional da pessoa.
Vale lembrar que, dependendo da natureza das mentiras, a mitomania pode resultar em problemas legais. Mentiras que envolvem atividades ilegais ou falsificação de documentos podem ter sérias consequências com a lei. Isso também envolve mentiras sobre formação acadêmica ou experiência profissional para atingir determinados cargos de poder.
Além disso, a mitomania muitas vezes está associada a outros problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão ou transtornos de personalidade. O tratamento pode ser complicado devido à dificuldade em estabelecer uma relação terapêutica confiável.
Como tratar a mitomania?
O tratamento da mitomania geralmente envolve intervenções psicoterapêuticas, pois o objetivo é abordar as causas subjacentes do comportamento mentiroso e desenvolver estratégias para lidar com a verdade.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizada para essa finalidade, uma vez que ela se concentra em identificar padrões de pensamento distorcidos e comportamentos prejudiciais, substituindo-os por pensamentos e comportamentos mais saudáveis.
O terapeuta pode trabalhar com o indivíduo para explorar as causas subjacentes das mentiras e desenvolver estratégias para mudar esses padrões.
Afinal, muitas vezes, a mitomania coexiste com outros distúrbios de saúde mental, como transtornos de personalidade, depressão ou ansiedade. Identificar e tratar esses problemas subjacentes pode ser parte integrante do processo de tratamento.
Por isso, em alguns casos, tratar com o auxilio de medicamentos pode ser considerado como complementar à psicoterapia.
Se você suspeita que alguém pode estar sofrendo de mitomania, é aconselhável buscar a orientação de um profissional de saúde mental. Um psicólogo, psiquiatra ou outro profissional qualificado pode realizar uma avaliação completa e ajudar a desenvolver um plano de tratamento.
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Autor: psicologa Amanda Mendes Martins da Costa - CRP 06/155761Formação: A psicóloga Amanda Mendes atua em seus atendimentos com base na TCC - Terapia Cognitivo Comportamental e na Psicanálise, com flexibilidade na utilização de métodos cognitivos comportamentais, atendendo adultos e terapia de casal em questões de ansiedade, relacionamentos, questões profissionais...