Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Carla Roberta Sartori Carli - Psicólogo CRP 06/189803
Envelhecer é um processo natural e inevitável da vida, marcado por transformações físicas, cognitivas, sociais e emocionais. Conheça a Psicologia do envelhecimento.
A terceira idade, geralmente compreendida a partir dos 60 anos, pode ser uma fase rica em sabedoria, experiência e liberdade, mas também traz consigo desafios emocionais que exigem atenção e cuidado.
A psicologia do envelhecimento se dedica justamente a compreender esses processos e a promover uma adaptação saudável à nova fase da vida. Continue lendo para entender!
Como compreender o envelhecimento
Do ponto de vista psicológico, o envelhecimento pode ser visto como uma etapa de reorganização da identidade, das relações sociais e dos projetos de vida. Enquanto muitas pessoas lidam bem com essa transição, outras podem se sentir perdidas, solitárias ou tristes, especialmente diante de perdas, como a aposentadoria, a morte de entes queridos ou a diminuição da autonomia.
Ao contrário do senso comum, envelhecer não significa necessariamente declínio emocional. Por isso, pessoas mais velhas relatam maior estabilidade emocional e satisfação com a vida do que indivíduos mais jovens. Isso pode estar relacionado à experiência acumulada, à capacidade de relativizar problemas e ao foco em relações mais significativas.
Contudo, é preciso considerar que algumas situações tornam a terceira idade mais vulnerável ao surgimento de transtornos como depressão, ansiedade e sentimentos de inutilidade. A psicologia do envelhecimento, portanto, busca promover a saúde mental, a autoestima e o bem-estar emocional do idoso, ajudando-o a lidar com os desafios dessa etapa com dignidade e qualidade de vida.
Principais mudanças emocionais na terceira idade
Nessa fase, é comum experienciar esses tipos de emoções:
Sentimento de perda e luto
A perda é uma das experiências mais marcantes da velhice. Pode ser a perda de pessoas queridas, da saúde, da capacidade física, do papel profissional ou da independência. Cada perda envolve um processo de luto, que é natural, mas pode se tornar patológico se não for adequadamente elaborado. O luto mal resolvido pode gerar depressão, isolamento e apatia.
Isolamento social e solidão
Com o passar dos anos, muitos idosos enfrentam a redução de suas redes sociais. Então, filhos crescem e saem de casa, amigos adoecem ou falecem, e os vínculos sociais podem se enfraquecer. A solidão pode afetar profundamente a saúde mental, aumentando o risco de depressão, doenças cognitivas e até mortalidade precoce.
Mudanças na autoimagem e autoestima
As transformações físicas e funcionais do corpo impactam diretamente a percepção que o idoso tem de si mesmo. Rugas, cabelos brancos, dificuldade de locomoção ou perda de memória podem gerar vergonha, insegurança e baixa autoestima, especialmente em uma sociedade que valoriza excessivamente a juventude.
Desafios com a aposentadoria
A aposentadoria, apesar de ser esperada por muitos, pode trazer um sentimento de inutilidade ou de perda de propósito. Então, o trabalho costuma ocupar uma parte importante da identidade, e sua ausência pode deixar um vazio que precisa ser preenchido com novas atividades e formas de reconhecimento social.
Aumento da ansiedade e medos
É comum que, com o envelhecimento, surjam preocupações excessivas com doenças, quedas, perda de autonomia ou a morte. Por isso, quando esses medos se tornam intensos, podem gerar quadros de ansiedade generalizada e interferir na qualidade de vida.
Estratégias psicológicas para lidar com essas mudanças
A psicologia do envelhecimento oferece ferramentas preciosas para lidar com os desafios emocionais dessa etapa da vida, promovendo uma velhice mais saudável, digna e feliz.
Por conta disso, uma pessoa idosa precisa começar a lidar com essa mudança emocional da melhor forma possível. Isso envolve contar com algumas das principais ações:
Cultivar uma rede de apoio social
Manter vínculos afetivos é essencial para o bem-estar emocional. Familiares, amigos, vizinhos e grupos comunitários podem oferecer suporte emocional, ajudar a combater a solidão e dar sentido ao cotidiano. Participar de atividades sociais, como clubes, igrejas, centros de convivência ou grupos de voluntariado, fortalece os laços e amplia as oportunidades de interação.
Do ponto de vista de quem está no entorno do idoso, o papel da família e dos cuidadores é central na promoção da saúde emocional. O apoio, o respeito pelas suas escolhas e o estímulo à sua participação ativa na vida cotidiana fazem toda a diferença.
Evitar a infantilização do idoso é fundamental ao lidar com o envelhecimento de pais e avós, por exemplo. Tratar uma pessoa como incapaz ou desvalorizar suas opiniões pode agravar sentimentos de inutilidade e tristeza. É importante escutar com atenção, dar espaço para que o idoso fale de suas angústias e alegrias, e promover uma convivência baseada em afeto e empatia.
Além disso, os próprios cuidadores precisam estar atentos à sua saúde emocional. O cuidado prolongado pode gerar estresse, cansaço e até depressão. Cuidar de quem cuida também é um pilar da psicologia do envelhecimento.
Reinventar papéis e encontrar novos propósitos
A aposentadoria ou a saída dos filhos de casa não significam o fim da utilidade. Pelo contrário, a terceira idade pode ser um momento de redescoberta de si mesmo. Atividades como cuidar dos netos, participar de ONGs, aprender algo novo ou praticar hobbies antigos podem devolver o sentimento de pertencimento e de valor pessoal.
Promover a autonomia e a autoestima
Respeitar a autonomia do idoso, incentivando suas decisões e ações, é um fator essencial para sua autoestima. Mesmo com limitações físicas, é importante que o idoso se sinta útil, valorizado e protagonista de sua vida. Pequenas conquistas diárias devem ser reconhecidas e celebradas.
Estimular a atividade física e mental
A prática regular de exercícios físicos contribui para a liberação de endorfinas, melhora o humor, reduz a ansiedade e fortalece o corpo. Já os estímulos mentais — como leitura, jogos de memória, palavras cruzadas, cursos e conversas — ajudam a manter a mente ativa, prevenir o declínio cognitivo e proporcionar prazer.
Cuidar da espiritualidade e do bem-estar interior
Muitos idosos encontram conforto na espiritualidade, seja ela religiosa ou não. Práticas como meditação, oração, contemplação da natureza ou reflexão filosófica sobre a vida ajudam a lidar com questões existenciais e a desenvolver uma aceitação mais tranquila da finitude da vida.
Psicoterapia como ferramenta de apoio emocional
O acompanhamento psicológico é fundamental para ajudar o idoso a elaborar perdas, enfrentar medos, reorganizar sua rotina e lidar com sintomas de depressão ou ansiedade. A terapia pode oferecer um espaço seguro para expressar emoções, ressignificar experiências e desenvolver estratégias de enfrentamento.
Se você ainda não conta com apoio profissional para lidar com esta etapa, procure um psicólogo agora mesmo na plataforma Psicólogo e Terapia.
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Autor: psicologa Carla Roberta Sartori Carli - CRP 06/189803Formação: A psicóloga Carla Carli atua com a abordagem TCC - Terapia Cognitivo-Comportamental. É Pós-Graduada em Psicologia Hospitalar (Santa Casa de Misericórdia de SP) e Pós-Graduanda em Neuropsicologia e Abordagem Centrada na Pessoa...