Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Isabela Magalhães Santos Fernandes - Psicólogo CRP 06/175414
O bullying na escola é uma situação complicada para as crianças e os adolescentes.
No entanto, as feridas deixadas pelas provocações, humilhações ou agressões físicas podem perdurar por muitos anos, resultando em danos emocionais na vida das pessoas.
Os pais, ao observarem o sofrimento dos filhos, ficam ansiosos e preocupados, mas nem sempre sabem como lidar com a situação.
O que fazer para ajudar os filhos a responder bem ao bullying e não piorar a situação? Quando procurar ajuda psicológica?
Neste post, respondemos perguntas comuns de pais sobre o bullying na escola.
O que os pais precisam entender sobre bullying na escola?
Nem sempre é fácil entender a reação dos filhos ao bullying. Além de crianças e adolescentes terem reações distintas devido à idade em que se encontram, cada indivíduo reage conforme a sua personalidade.
Como não sabem lidar bem com as suas emoções e possuem poucas experiências de vida, as crianças tendem a se isolar, ter ataques de raiva ou crise de choro, não querer brincar e ficar emburradas.
Elas nem sempre sabem explicar o porquê da sua irritabilidade e tristeza, por isso, os pais podem demorar a entender o seu comportamento atípico. É mais comum os professores ou pais de outros alunos contarem o que está acontecendo do que a criança explicar. Entretanto, algumas crianças possuem posturas diferentes e podem contar aos pais sobre o bullying por conta própria.
Os adolescentes de modo geral escondem o que passam na escola dos pais. O bullying causa muita vergonha nesta idade em que os adolescentes buscam se afastar dos cuidados com os pais e se impor como indivíduos. Não querem ser vistos como infantis, fracos, desinteressantes, entre outros. Dessa forma, não costumam contar aos pais sobre o que acontece com os colegas de turma.
Os adolescentes também tentam se provar ao resolver as suas questões problemáticas sozinhos. Só que nem sempre eles têm a melhor postura perante o bullying.
Então, os pais precisam estar cientes de que os filhos podem ficar desconfortáveis quando o assunto bullying é tocado e esconder a verdade por uma série de razões. É preciso ter jogo de cintura para lidar com essa situação.
Quais são os sinais de bullying?
As crianças tendem a reagir ao bullying das seguintes maneiras:
- Falta de vontade de brincar.
- Irritabilidade.
- Brigas na escola, irmãos ou crianças do bairro.
- Isolamento social.
- Crises de choro no momento de ir à escola.
- Ansiedade de separação dos pais.
- Procrastinação, evitando realizar as atividades escolares.
- Piora da performance escolar.
- Medo de ir à escola ou falar sobre o assunto.
Os adolescentes, por outro lado, geralmente têm as seguintes reações ao bullying na escola:
- Preocupação excessiva.
- Irritabilidade.
- Isolamento social.
- Desânimo excessivo.
- Aumento de ansiedade.
- Falta de vontade de estudar.
- Procrastinação.
- Queda do rendimento escolar.
- Falta de diálogo com os pais.
- Brigas entre amigos, colegas de turma e pessoas próximas.
- Matar aula para fugir do ambiente estressante.
- Insônia.
- Desleixo com a arrumação do quarto e higiene pessoal.
Ao notar um ou mais dos sinais mencionados anteriormente, evite fazer julgamentos precipitados. Procure saber o porquê de o filho estar se comportando de maneira atípica. Às vezes os pais pensam que a mudança comportamental é apenas uma fase da criança ou adolescente, ou mau comportamento. Assim, tiram as conclusões erradas. Essa postura pode piorar a situação.
Quais os tipos de bullying?
O bullying na escola pode acontecer de múltiplas formas. As mais comuns são o bullying físico e verbal, mas existem outras maneiras de transformar a vida escolar em um pesadelo, conforme visto abaixo.
- Bullying físico: socos, tapas, empurrões e puxões de cabelo.
- Bullying verbal: xingamentos, provocações e humilhação.
- Bullying psicológico: intimidação, discriminação, chantagem e difamação
- Bullying social: isolar a vítima propositalmente, fazendo-a se sentir rejeitada e inferior.
- Cyberbullying: perseguição online, xingamentos em fotos e postagens em redes sociais, difamação em grupos de conversa, etc.
Como ajudar os filhos que sofrem de bullying na escola?
Embora a vontade dos pais possa ser cessar o sofrimento do filho o mais rápido possível, é preciso deixar que eles tenham autonomia para resolver os seus conflitos. Se o bullying não apresenta riscos à integridade da criança ou do adolescente, pais podem orientar e monitorar a situação. Caso a criança seja muito pequena, no entanto, cabe aos pais resolverem a situação.
Conversar sobre bullying com o filho
Com a diversidade de materiais disponíveis sobre bullying hoje, os pais podem aprender muito sobre essa situação estressante e conversar com os filhos sobre ela com tranquilidade. Por exemplo, pais podem explicar o que é bullying, de que maneira o bullying na escola acontece e o que fazer caso alguém o provoque ou o maltrate.
O filho pode se sentir à vontade para contar o que está passando ao entender que existe solução para os problemas dele. Muitas vezes, as crianças e adolescentes não sabem, de fato, o que é bullying, então eles encaram as provocações como normais, parte do convívio escolar. Por isso é importante tocar neste assunto com os filhos em algum momento durante a sua jornada escolar.
Perguntar se há algum problema
Perguntar se há algo incomodando pode não gerar a resposta desejada, mas é ideal eles tentarem até conseguirem alguma direção. Não encurrale o filho ou o force a falar. Trate o questionamento como uma conversa para ele se sentir confortável. Procure sempre manter um diálogo com o seu filho sobre a vida escolar dele para que ele se sinta confortável para falar sobre o assunto, mas não desrespeite a privacidade dele.
Ensinar o filho a se defender
Ensine o seu filho a lidar com situações estressantes, inclusive o bullying. Dessa forma, ele vai aprender a se defender em outros contextos.
Mas qual é a melhor maneira de responder ao bullying? Basicamente, expressando que você não gosta desse comportamento e impondo limites para que o outro respeite. Caso não funcione, comunique o problema aos professores ou coordenação.
Você também pode ensinar técnicas de controle emocional ao filho, respeitando o entendimento dele desse assunto por conta da idade. Por exemplo, ensine-o a não se importar com certos comentários, não levar para o pessoal, substituir sentimentos negativos por positivos ao fazer coisas que gosta, entre outros.
É ideal que as intervenções dos adultos ocorram somente em casos de necessidade. Apesar de ser uma situação desagradável, os filhos podem aprender com ela e crescer como pessoa.
Fortalecer a autoestima do filho
Todo tipo de bullying deixa feridas emocionais. Por isso, fortalecer a autoestima do filho é muito importante, principalmente porque eles não sabem como fazer isso de maneira eficiente. Entre as formas de trabalhar a autoestima dos filhos estão:
- Destacar as suas qualidades;
- Ensinar o filho a lidar com frustrações, estresse e outros tipos de sofrimento emocional;
- Celebrar as conquistas dos filhos;
- Ensinar os filhos a ter um diálogo positivo interno, focando nas suas competências, pontos fortes e grandes feitos;
- Fazer o que o filho gosta, como atividades criativas ou esportes;
- Ensinar o filho que existem opiniões diferentes sobre indivíduos e acontecimentos;
- Falar positivamente do filho no dia a dia; e
- Ensinar o filho a ter humildade para saber quando errou e mudar o seu comportamento.
Encontre o equilíbrio entre elogiar e ensinar o filho a lidar com situações de estresse e decepções. Deste modo, ele não crescerá com excesso de autoconfiança, um traço prejudicial para o desenvolvimento pessoal.
Procurar a terapia para o filho
Algumas feridas são profundas e difíceis de tratar, formando traumas emocionais que acompanham os jovens até a vida adulta. Nesses casos, pais podem levar os filhos na terapia.
Além do diálogo com o paciente, a terapia infantil conta com brincadeiras, jogos de tabuleiro e brinquedos diversos. As crianças também desenham e usam massinha de modelar durante as sessões. Isso porque o psicólogo consegue acessar o mundo interior da criança através do brincar.
Como ainda não conseguem se expressar com clareza, as crianças expressam seus sentimentos e reproduzem situações do dia a dia através de brincadeiras. Ao brincar com a criança ou observar o comportamento dela, enquanto se diverte, o psicólogo consegue entender a origem de suas frustrações e comunicá-la aos pais.
Já a terapia voltada para adolescentes é mais assertiva, uma vez que eles já conseguem falar sobre as suas angústias e medos. A vergonha e o medo de se abrir com um profissional podem ser empecilhos no começo do acompanhamento psicoterapêutico. Mais consultas podem ser necessárias para que o adolescente se sinta confortável com a presença do psicólogo e se abra.
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