Dislexia, TDAH e TDA: quais são as diferenças?

Dislexia, TDAH e TDA são condições que costumam ser confundidas pelo fato de os seus sintomas serem parecidos.

Assim, é comum pessoas leigas acharem que se tratam de uma mesma questão, quando, na verdade, elas possuem muitas diferenças.

Como o diagnóstico correto é essencial para a qualidade de vida da pessoa portadora de qualquer uma dessas condições, preparamos este post.

Neste artigo, você vai conhecer os principais sintomas de dislexia, TDAH e TDA para não confundi-las mais.

Além disso, receberá dicas valiosas que vão te ajudar a trazer mais qualidade de vida para o seu filho, com um diagnóstico precoce. Boa leitura!

O que é dislexia?

A dislexia consiste na dificuldade na linguagem e no aprendizado do indivíduo, como na hora de aprender a ler e a escrever, por exemplo.

Não por acaso, é comum que os primeiros sinais sejam observados em sala de aula pelos professores.

Nesse sentido, os principais sintomas da dislexia são:

• Dificuldade para se concentrar
• Dificuldade de memorização
• Dificuldade de ler e de diferenciar letras
• Dificuldade para pronunciar as palavras de forma correta
• Dificuldade na coordenação motora (pintura e escrita, por exemplo)
• Desorganização

Essa é uma condição que costuma se manifestar na infância, podendo perdurar ainda na vida adulta, e que pode ter causas genéticas e hereditárias.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, esse é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula, atingindo entre 5% e 17% da população mundial.

O que é TDAH?

O TDHA, por sua vez, é o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.

Como o próprio nome sugere, essa é uma condição em que o indivíduo é acometido pela desatenção e pela hiperatividade ao mesmo tempo.

Ele é reconhecido oficialmente como um transtorno pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e pode ser considerado como uma condição neurobiológica, de causas genéticas, em que há uma disfunção na região pré-frontal do cérebro.

Apesar de aparecer comumente ainda na infância, muitas pessoas só descobrem o TDAH já na vida adulta, quando procuram ajuda em razão de seus sintomas. 

Assim, entre os sintomas do TDAH, estão:

• Desatenção
• Agitação e inquietude
• Ansiedade
• Impulsividade
• Irritabilidade
• Dificuldade de organização e concentração
• Esquecimento de tarefas
• Distração exagerada
• Dificuldade em manter o silêncio
• Precipitação para falar

No entanto, esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Isso porque, existem três tipos de TDAH: 

• TDAH com predomínio de sintomas de desatenção
• TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade 
• TDAH combinado

Ou seja, dependendo do tipo de TDAH que uma pessoa tiver, alguns sintomas estarão mais presentes e intensos do que os outros.

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, os casos de TDAH a nível mundial são estimados entre 5% e 8%.  

O que é TDA?

Por fim, o Transtorno de Déficit de Atenção, ou simplesmente TDA, se caracteriza exclusivamente pela desatenção.

Ou seja, nele, não há a presença de sintomas da hiperatividade, como no caso do TDAH. 

Nesse sentido, é como se o indivíduo ficasse “no mundo da lua”, como muitos pais descrevem.

Podemos dizer que os principais sinais dessa condição são:

• Desatenção e dispersão
• Dificuldade de memorização
• Dificuldade de atenção e concentração
• Desorganização
• Falta de motivação para estudar
• Ausência ou excesso de fala
• Dificuldade para expressar sentimentos

Vale dizer que não necessariamente o indivíduo apresentará todos esses sintomas.

Dislexia, TDAH e TDA: semelhanças e diferenças

Como deu para perceber, existem muitos sintomas comuns entre essas três condições.

Isso faz com que os pais e profissionais da educação confundam um com o outro.

Mas saiba que não são apenas os sinais que fazem com que eles sejam semelhantes.

Afinal, as consequências, quando os transtornos não são precocemente diagnosticados e tratados, também podem ser bastante similares, como:

• Afetam o desenvolvimento do indivíduo, inclusive o escolar;
• Prejudicam a interação social;
• Podem aumentar o risco de a pessoa desenvolver outras condições mentais, como a ansiedade e a depressão.

Mas, então, como diferenciar dislexia, TDAH e TDA?

Bem, na dislexia há uma dificuldade para memorizar letras e músicas, pronunciar palavras e uma confusão entre direita e esquerda, por exemplo.

Enquanto isso, no TDAH e TDA, a dificuldade na memorização não está relacionada a essa parte verbal.

No entanto, convém destacar que uma mesma pessoa pode apresentar mais de uma dessas condições ao mesmo tempo.

Ou seja, essa possibilidade não pode ser descartada.

Como diagnosticar e tratar dislexia, TDAH e TDA?

O diagnóstico de qualquer uma dessas condições – dislexia, TDAH e TDA – deve ser realizado por um psicólogo ou médico psiquiatra.

Para isso, o profissional da saúde levará em conta os sintomas e o histórico do indivíduo.

Convém destacar que, quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, melhor.

Afinal, como mencionamos, essas condições podem afetar bastante o indivíduo, desde as suas relações interpessoais e o sofrimento de bullying na escola até a dificuldade no aprendizado.

Por outro lado, isto é, quando o diagnóstico é realizado de forma precoce e o tratamento é iniciado imediatamente, é possível obter resultados satisfatórios nos mais diversos âmbitos da vida do paciente, proporcionando qualidade de vida a ele.

Os tratamentos são os mais diversos e apenas um profissional da saúde poderá indicá-lo avaliando cada caso de forma particular. 

Mas, em boa parte, pode envolver alguns medicamentos e atividades multidisciplinares em casa e na escola (métodos de ensino específicos, como os multissensoriais, por exemplo), além da terapia com um psicólogo. 

Qual é a importância da terapia no tratamento de dislexia, TDAH e TDA?

Por várias razões, a terapia é essencial no tratamento das condições que estamos abordando neste conteúdo, seja o paciente uma criança ou um adulto.

Em primeiro lugar, porque tanto a dislexia como os transtornos de déficit de atenção e a hiperatividade podem prejudicar a autoestima do indivíduo.

Ele pode sofrer bullying e se sentir incompetente diante das dificuldades no aprendizado e no dia a dia.

Dessa forma, com a psicoterapia, ele consegue entender que possui valor e sentir prazer em realizar algumas atividades que não fazia antes justamente por não se sentir capaz.

Mas não é só isso! O psicólogo também pode ajudar o paciente a se organizar melhor, sobretudo a sua rotina, e a se autoconhecer.

Portanto, só existem benefícios em associar a psicoterapia com as outras práticas multidisciplinares.

Porém, é válido dizer que o mais importante em todo esse processo é que, quando diagnosticado com uma dessas condições, o indivíduo receba apoio da família e dos amigos e, no caso das crianças, dos profissionais da educação.

Afinal, cercar-se de pessoas que possam contribuir para as formas de tratamento, pode fazer toda a diferença para ele se sentir melhor e reduzir gradativamente os seus sintomas.

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