Como lidar com pessoas com distúrbios psicológicos

Conviver pessoas que possuem distúrbios psicológicos pode ser desafiador e, muitas vezes, causar estresse.

Porém, ainda que no meio das dificuldades, é fundamental entender como lidar com pessoas que enfrentam distúrbios psicológicos.

Isso requer empatia, paciência e compreensão da sua parte — e de todos que estão no círculo mais próximo desse indivíduo. Afinal, muitas vezes, essas pessoas enfrentam desafios únicos e podem precisar de apoio adicional para lidar com suas condições, superá-las e viver uma vida mais saudável.

Veja só algumas dicas de como lidar com quem tem distúrbios psicológicos.

1. Eduque-se

Expandir o conhecimento sobre distúrbios psicológicos vai além de simplesmente conhecer os sintomas e tratamentos disponíveis. A leitura de livros e artigos escritos por profissionais de saúde mental, por exemplo, pode fornecer insights valiosos. Busque material atualizado e baseado em evidências para obter uma compreensão mais completa dos distúrbios psicológicos.

Documentários e palestras sobre o tema oferecem uma visão mais ampla dos desafios enfrentados por pessoas com distúrbios psicológicos, além de abordar as estratégias de tratamento disponíveis.

Conversar com profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, pode oferecer informações valiosas e experiências clínicas sobre distúrbios psicológicos.

Procurar grupos de apoio para familiares e amigos de pessoas com distúrbios psicológicos também é outra maneira de aprender mais sobre o tema e, especificamente, sobre a situação da sua pessoa querida.

2. Seja empático

Ser empático é uma habilidade crucial ao lidar com pessoas que enfrentam distúrbios psicológicos. E, para aprimorar sua empatia, você pode praticar a escuta ativa, demonstrando interesse genuíno pelo que a pessoa está dizendo, ouvindo com atenção e fazendo perguntas para esclarecer pontos.

Além disso, é importante compreender as emoções da pessoa, tentando se colocar em seu lugar e reconhecendo seus sentimentos de forma respeitosa e sensível. Transmita empatia tanto verbalmente, expressando compreensão, quanto não verbalmente, por meio de linguagem corporal e expressões faciais.

Valide os sentimentos da pessoa, mesmo que você não concorde com eles, para fortalecer a relação de confiança entre vocês. Inclusive, respeite os limites da pessoa, entendendo que nem sempre é fácil expressar emoções ou falar sobre certos assuntos.

Além de oferecer apoio emocional, esteja disposto a fornecer suporte prático, como ajudar a pessoa a encontrar recursos de saúde mental ou acompanhá-la a consultas médicas. Isso vai ajudar vocês a estabelecerem um relacionamento mais forte.

3. Seja paciente

Ser paciente ao lidar com pessoas que têm distúrbios psicológicos é fundamental para construir relacionamentos saudáveis e oferecer um suporte eficaz. É importante aceitar o tempo da pessoa e compreender que o processo de lidar com um distúrbio psicológico pode ser demorado e desafiador.

Evite pressionar a pessoa para melhorar rapidamente ou realizar tarefas que possam ser difíceis para ela, pois isso pode aumentar seu estresse e ansiedade.

Além disso, seja flexível e ajuste suas expectativas e planos para acomodar as necessidades da pessoa, e tenha em mente que o seu processo de cura ou estabilização emocional pode ser demorado e a comunicação não-violenta pode ajudar nesse sentido.

4. Ofereça apoio emocional

Estar presente é fundamental, então esteja disponível sempre que possível e a pessoa precisar de alguém para conversar, seja fisicamente ou por meio de comunicação digital.

Ofereça encorajamento e apoio, elogiando seus esforços para enfrentar seus desafios e esteja pronto para oferecer ajuda prática sempre que possível, como auxiliar nas tarefas do dia a dia.

Afinal, o apoio emocional não significa resolver todos os problemas da pessoa, mas estar presente, ouvir com empatia e oferecer um ombro amigo quando necessário. Essa demonstração de cuidado e apoio pode fazer uma grande diferença na vida de alguém que enfrenta um distúrbio psicológico.

Faz sentido, também, incentivar a criação de novos hábitos que poderiam melhorar a qualidade de vida dessa pessoa. Quando alguém tem um distúrbio alimentar, por exemplo, faz sentido acompanhá-la na criação de uma nova rotina de alimentação.

4. Evite julgamentos

Reconheça e aceite a pessoa exatamente como ela é, sem tentar mudá-la ou julgá-la com base em seus comportamentos ou sintomas.

Evite estereótipos e preconceitos, reconhecendo a individualidade de cada pessoa e evitando rotular ou estereotipar com base em seu distúrbio. Além disso, não faça comparações, pois cada pessoa lida com seu distúrbio de maneira única, e essas ações podem ser desrespeitosas e prejudiciais.

Por fim, seja consciente da linguagem que usa, utilizando uma linguagem respeitosa e inclusiva ao falar sobre distúrbios psicológicos, evitando termos estigmatizantes ou pejorativos.

5. Encoraje o tratamento profissional

Ao encorajar a busca por tratamento profissional, você está demonstrando apoio e preocupação com o bem-estar da pessoa e a ajudando a dar os primeiros passos importantes em direção à recuperação e ao autocuidado.

Explique motivos para procurar um psicólogo e benefícios como o alívio dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida e destaque a importância do apoio especializado fornecido por profissionais de saúde mental, pois eles têm o conhecimento e a experiência necessários para oferecer um tratamento eficaz e personalizado.

Se a pessoa se sentir insegura em procurar ajuda sozinha, pode ser reconfortante ajudar a buscar alguém ou mesmo acompanhá-la em sua primeira consulta.

Compartilhar histórias de sucesso de outras pessoas que buscaram tratamento profissional também pode inspirar esperança e motivação.

Mas, de qualquer forma, respeitar a autonomia da pessoa é crucial: não pressione ou force a busca por ajuda, mas esteja disponível para oferecer suporte quando ela decidir fazê-lo.

6. Estabeleça limites saudáveis

É essencial estar disponível, sim, mas você não deve parar a sua vida para ajudar a pessoa em cada momento. Até porque, ela também precisa de um espaço para se desenvolver sozinha e, inclusive, certas coisas como ouvir, analisar e oferecer formas de melhorar é também a função de um psicólogo.

Estabelecer limites saudáveis ao lidar com pessoas que enfrentam distúrbios psicológicos é crucial para proteger seu próprio bem-estar emocional e manter relacionamentos equilibrados. Então, reserve tempo para descanso, atividades que você gosta e espaço pessoal para recarregar suas energias.

Mantenha-se firme e consistente em aplicar esses limites, o que ajuda a estabelecer expectativas claras e promover relacionamentos baseados no respeito mútuo. Não hesite em dizer não quando necessário para evitar problemas de dependência emocional ou alimentar pessoas muito carentes.

7. Cuide de si mesmo

Cuidar de si mesmo é crucial ao lidar com pessoas que enfrentam distúrbios psicológicos. Isso porque, é importante não se deixar levar por situações que ocorrem aos outros, ou permitir que isso afete o seu próprio emocional.

Além disso, pratique o autocuidado regularmente reservando tempo para atividades que promovam seu bem-estar, como exercícios físicos, meditação, hobbies e tempo ao ar livre, uma vez que estar envolvido em atividades que tragam alegria e satisfação vai te ajudar a passar por isso.

É normal sentir-se sobrecarregado ao lidar com pessoas que têm distúrbios psicológicos, então evite se culpar por seus próprios sentimentos e limitações. Cuidar de si mesmo não é egoísta e, na verdade, é essencial para ser capaz de oferecer apoio eficaz e sustentável aos outros.

Priorize seu próprio bem-estar para que você possa estar presente e ser uma fonte confiável de apoio para a pessoa que está enfrentando um distúrbio psicológico.

Alguma pessoa querida do seu círculo social está precisando de apoio psicológico? Acesse a plataforma Psicólogo e Terapia e encontre um profissional mais adequado para auxiliar no tratamento de distúrbios mentais.

Outros artigos com Tags semelhantes:

• Por que a terapia não é coisa de louco? Esclarecendo esse mito!
  Infelizmente, ainda é muito comum encontrar pessoas que acreditam que fazer terapia é loucura. Associando o cuidado com a saúde mental a um ponto de fraqueza, bobagem ou até [...]
• Ciclotimia: o que é, sintomas e tratamentos!
  Você já ouviu falar sobre a ciclotimia ou transtorno ciclotímico? Essa é uma condição que afeta entre 0,4% e 1% da população mundial. Apesar da baixa ocorrência, é importante [...]
• Mindfulness: o que é e como aplicar
  Estar totalmente focado em uma única tarefa é algo quase inimaginável pra você? De fato, com tantas informações e tecnologia, estamos condicionados a fazer pelo menos duas coisas ao [...]