O que são doenças psicossomáticas e como tratar?

Você sabia que o corpo e os processos fisiológicos têm uma forte ligação com a mente? Essa conexão pode resultar em sintomas físicos reais, embora a origem ou agravamento desses sintomas esteja associada a estados emocionais, estresse ou outros fatores psicológicos. Assim, ocorrem as chamadas doenças psicossomáticas.

Ao contrário do que muitos imaginam, esses sintomas não são inventados. Distúrbios psicológicos, principalmente os que estão relacionados ao excesso de estresse, podem causar impactos físicos na saúde de alguém.

Continue lendo para entender como isso acontece.

O que são doenças psicossomáticas

Doenças psicossomáticas são condições médicas nas quais fatores psicológicos, como o estresse, a ansiedade ou outras emoções, desempenham um papel significativo na origem, na progressão ou na manifestação dos sintomas físicos. Essas doenças refletem a interação complexa entre mente e corpo, e os sintomas físicos muitas vezes não têm uma explicação puramente orgânica.

Ao contrário de algumas condições médicas que têm causas predominantemente físicas, as doenças psicossomáticas envolvem uma interação entre o estado emocional e a saúde física. Então, isso significa que as emoções e o estado psicológico podem influenciar a saúde física de uma pessoa.

É importante destacar que o termo “psicossomático” não implica que os sintomas são imaginários ou não reais. Pelo contrário, os sintomas são reais e impactam a saúde física do indivíduo, mas a origem ou agravamento pode ter uma componente psicológica significativa.

Como acontecem as doenças psicossomáticas

As doenças psicossomáticas ocorrem devido à interação entre fatores psicológicos e fisiológicos. Essa relação entre mente e corpo pode resultar em sintomas físicos reais, embora a origem ou agravamento desses sintomas esteja associada a estados emocionais, estresse ou outros fatores psicológicos.

Então, aqui estão alguns mecanismos gerais pelos quais as doenças psicossomáticas podem se desenvolver:

Resposta ao estresse

O estresse é um dos principais contribuintes para as doenças psicossomáticas. O corpo responde a situações estressantes liberando hormônios específicos ligados a essa emoção, como cortisol e adrenalina, que podem afetar negativamente sistemas biológicos. Por isso, a longo prazo, isso pode contribuir para o desenvolvimento de condições médicas.

Crise de ansiedade

Quando uma pessoa está ansiosa, o sistema nervoso responde a essa emoção liberando neurotransmissores específicos que podem ter efeitos em várias partes do corpo — em espacial, na regulação do humor, sono e apetite.

Inflamação e sistema imunológico

A resposta ao estresse também pode impactar a função do sistema imunológico e aumentar a inflamação no corpo. Isso pode desempenhar um papel em várias doenças, incluindo condições autoimunes e inflamatórias.

Alterações neurotransmissoras

Fatores psicológicos podem influenciar a liberação de neurotransmissores no cérebro, afetando a comunicação entre o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. Essas alterações podem contribuir para sintomas físicos, como maior sensibilidade à dor, inflamações e baixas no sistema imunológico.

Modelos de comportamento

Comportamentos relacionados ao estresse, como falta de sono, maus hábitos alimentares, abuso de substâncias ou sedentarismo, podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de condições médicas.

Sensibilidade à dor

A percepção da dor pode ser influenciada pelo estado emocional. Pessoas que estão sob estresse crônico podem ser mais sensíveis à dor e relatar sintomas físicos mais intensos.

Expressão somática de distúrbios emocionais

Em alguns casos, as emoções que não são expressas de maneira consciente podem se manifestar fisicamente. Por exemplo, alguém que não consegue expressar raiva pode desenvolver sintomas físicos, como dores de cabeça ou problemas gastrointestinais.

Genética e predisposição

Algumas pessoas podem ter uma predisposição genética para certas condições médicas, e fatores psicológicos podem desempenhar um papel na ativação desses genes ou na exacerbação dos sintomas.

Principais doenças psicossomáticas

Existem várias doenças psicossomáticas que envolvem uma interação complexa entre fatores psicológicos e sintomas físicos. Veja só alguns exemplos de doenças psicossomáticas mais comuns:

Síndrome do Intestino Irritável (SII)

Esta é uma condição gastrointestinal que pode causar dor abdominal, cólicas, inchaço e alterações nos hábitos intestinais. O estresse e a ansiedade frequentemente desempenham um papel significativo no desencadeamento ou agravamento dos sintomas.

Enxaqueca

Embora existam componentes genéticos e neurológicos associados às enxaquecas, o estresse e fatores emocionais podem desencadear ou agravar as crises.

Psoríase

Essa é uma condição de pele caracterizada por manchas vermelhas e descamativas que causam irritação no corpo. O estresse emocional pode influenciar negativamente a psoríase, levando ao agravamento dos sintomas.

Úlcera péptica

Antigamente, pensava-se que as úlceras eram causadas principalmente pelo excesso de ácido estomacal. No entanto, agora sabemos que fatores emocionais, como o estresse, também desempenham um papel importante no seu desenvolvimento.

Dores nas costas e musculares

O estresse emocional e a tensão psicológica podem contribuir para dores crônicas nas costas e nos músculos.

Asma

Embora a asma tenha uma base inflamatória e imunológica, o estresse emocional e os gatilhos psicológicos podem desencadear ou agravar os sintomas respiratórios.

Síndrome do Coração Partido (Cardiomiopatia de Takotsubo)

Esta é uma condição em que eventos emocionais intensos, como perda ou estresse, podem causar sintomas semelhantes a um ataque cardíaco, mas sem danos permanentes ao coração.

Dermatite atópica

Condição de pele inflamatória que pode ser exacerbada por estresse emocional.

Distúrbios gastrointestinais funcionais

Além da SII, outros distúrbios gastrointestinais, como a dispepsia funcional, podem ser influenciados por fatores psicológicos.

Fibromialgia

Caracterizada por dor generalizada, fadiga e sensibilidade nos músculos e tecidos moles, a fibromialgia tem uma componente psicossomática, com o estresse muitas vezes desempenhando um papel no desencadeamento dos sintomas.

Como tratar doenças psicossomaticas

O tratamento de doenças psicossomáticas geralmente envolve uma abordagem integrada que leva em consideração tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos da condição. O entendimento desses processos é crucial para desenvolver abordagens terapêuticas eficazes para esse tipo de situação.

As estratégias mais comuns são:

Avaliação médica

Antes de iniciar qualquer tratamento, é crucial realizar uma avaliação médica completa para descartar causas físicas subjacentes dos sintomas e garantir um diagnóstico preciso.

Psicoterapia

A terapia psicológica pode ser benéfica para ajudar os indivíduos a compreenderem e lidarem com os fatores emocionais subjacentes que contribuem para a doença. A terapia também pode fornecer estratégias para lidar com o estresse e desenvolver habilidades de enfrentamento mais saudáveis.

Manejo do estresse

Técnicas de relaxamento, meditação, mindfulness e outras abordagens podem ser incorporadas ao tratamento para ajudar a reduzir o estresse e promover o bem-estar emocional.

Medicação

Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para aliviar sintomas específicos, como ansiedade, depressão ou dor. No entanto, a medicação geralmente é parte de uma abordagem mais ampla e deve ser administrada sob a supervisão de um profissional de saúde.

É importante tratar as causas das suas doenças psicossomáticas para evitar que elas continuem acontecendo com frequência. Converse com um profissional da plataforma Psicólogo e Terapia e comece o seu tratamento o quanto antes.

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