Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Isabela Magalhães Santos Fernandes - Psicólogo CRP 06/175414
A seletividade alimentar é um comportamento caracterizado pela preferência por alguns alimentos específicos, enquanto outros são rejeitados ou evitados, prejudicando a saúde do indivídui.
Esse padrão de comportamento é comum em crianças em idade pré-escolar e pode continuar em alguns casos até a adolescência. Porém, é possível vê-lo manifestado na vida adulta.
O que é seletividade alimentar
A seletividade alimentar é um termo usado para descrever indivíduos que apresentam preferências restritas por certos alimentos ou grupos de alimentos, ao mesmo tempo em que demonstram relutância ou evitam outros tipos de alimentos. Isso pode ocorrer em qualquer faixa etária, desde crianças pequenas até adultos.
Em crianças, a esse distúrbio alimentar é comumente observada e muitas vezes considerada uma fase normal do desenvolvimento.
Afinal, durante a infância, elas estão em constante desenvolvimento e exploração do mundo ao seu redor, incluindo os alimentos, de modo que isso pode levar a comportamentos seletivos em relação à alimentação. Lembrando que, nessa fase, as crianças podem ser avessas a experimentar novos alimentos e têm uma preferência por sabores familiares e texturas específicas.
Esse padrão de comportamento pode continuar na vida adulta, embora sua prevalência e manifestações possam variar em comparação com a infância. Isso porque muitos adultos ainda podem apresentar preferências restritas por certos alimentos ou grupos de alimentos, evitando ou rejeitando certos itens em suas dietas.
Causas da seletividade alimentar
A seletividade alimentar pode ser causada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Algumas das principais causas incluem:
Sensibilidade ao paladar e textura
Algumas pessoas são mais sensíveis aos gostos, cheiros e texturas dos alimentos. Isso pode fazer com que certos alimentos sejam menos atraentes ou até mesmo desagradáveis para elas.
Experiências passadas negativas
Episódios de desconforto gastrointestinal, náuseas, vômitos ou reações alérgicas relacionadas a alimentos específicos podem criar uma aversão duradoura a esses alimentos.
Fase de desenvolvimento
Na infância, especialmente durante a fase pré-escolar, as crianças estão explorando novos sabores e texturas. Isso pode levar a uma fase natural de seletividade alimentar enquanto elas experimentam diferentes alimentos.
Influências sociais e culturais
Os hábitos alimentares da família e a cultura em que o indivíduo está inserido podem influenciar suas preferências alimentares. Alimentos que são comuns em uma determinada cultura podem ser mais atraentes, enquanto outros podem ser considerados estranhos ou indesejáveis.
Transtornos alimentares
Em alguns casos, essa condição pode estar associada a transtornos alimentares, como a anorexia nervosa ou a evitação restritiva de ingestão alimentar. Isso é observado, principalmente, a partir da pré-adolescência.
Condições médicas
Algumas condições médicas, como autismo e síndrome de Asperger, podem estar relacionadas à seletividade alimentar. Inclusive, em determinadas situações, esse comportamento pode estar relacionado a questões psicológicas, como ansiedade, aversão ao novo ou problemas com controle e autonomia.
Mudanças no metabolismo
Conforme envelhecemos, nosso metabolismo pode mudar, e isso pode influenciar a forma como percebemos os alimentos e os sabores que preferimos. Inclusive, é possível pasar a ter experiências negativas com itens que, antes, não faziam mal e, com isso, começar a evitá-los.
Hábitos alimentares estabelecidos
Ao longo dos anos, os adultos desenvolvem hábitos alimentares que podem ser difíceis de mudar, especialmente se eles estiverem acostumados a uma dieta específica com pouca variedade.
Consequências da seletividade alimentar
A seletividade alimentar pode variar em sua gravidade e impacto, uma vez que algumas pessoas podem ter preferências alimentares específicas, mas ainda mantêm uma dieta balanceada e saudável.
No entanto, quando esse comportamento está afetando negativamente a saúde e o bem-estar, é fundamental procurar orientação de um profissional de saúde ou nutricionista para avaliar a situação e desenvolver um plano adequado para diversificar a alimentação e garantir a ingestão adequada de nutrientes.
Afinal, ter uma alimentação restritiva, especialmente quando ocorre de forma persistente e afeta a dieta de maneira significativa, pode gerar impactos na vida do indivíduo.
Conheça algumas das principais consequências na saúde de quem é restritivo:
Deficiências nutricionais
Uma dieta seletiva pode levar à falta de variedade de nutrientes essenciais para o corpo humano. Se o indivíduo evita grupos inteiros de alimentos, pode ocorrer uma deficiência de vitaminas, minerais, proteínas ou outros nutrientes importantes para o crescimento e a saúde geral.
Baixo ganho de peso ou desnutrição
Em casos extremos, a seletividade alimentar pode levar a uma ingestão calórica insuficiente e, consequentemente, ao baixo ganho de peso ou desnutrição, especialmente em crianças.
Baixa energia e fadiga
A longo prazo, a falta de nutrientes e a desnutrição pode levar a uma sensação de cansaço constante e falta de energia. Isso empede a execução de atividades cotidianas e, inclusive, atrapalha no desempenha diário da pessoa.
Dificuldades de crescimento e desenvolvimento
Em crianças, a seletividade alimentar pode interferir no crescimento e desenvolvimento adequados, pois nutrientes importantes para a formação óssea e cerebral podem estar ausentes na dieta.
Problemas de saúde física
A falta de nutrientes essenciais pode aumentar o risco de problemas de saúde, como anemia, problemas ósseos, problemas cardíacos e distúrbios hormonais. Todos eles estão relacionados à dificuldade de crescimento — que poderão gerar consequências para a vida adulta.
Problemas dentários
Uma dieta seletiva, especialmente quando rica em alimentos açucarados, pode aumentar o risco de cáries e problemas dentários. Além disso, quando a restrição faz com que a criança consuma poucos alimentos que possuem cálcio, os dentes se tornam mais frágeis e propensos para o desenvolvimento dessas condições.
Prejuízo do sistema imunológico
A falta de nutrientes pode enfraquecer o sistema imunológico, que é responsável por defender o corpo contra infecções e doenças. Sua eficácia depende de uma variedade de nutrientes obtidos através da dieta, o que significa que a má alimentação torna o indivíduo mais suscetível a problemas de saúde.
Por exemplo, a falta de frutas e legumes pode levar a uma deficiência de vitaminas antioxidantes, como a vitamina C, que são essenciais para fortalecer o corpo.
Problemas sociais
A seletividade alimentar pode causar ansiedade na fase da adolescência, frustração e isolamento — que pode acabar gerando uma fobia social. Além disso, pode ser difícil participar de eventos sociais ou comer fora de casa.
Riscos para a saúde mental
A alimentação desempenha um papel fundamental na saúde mental, já que o que comemos pode afetar significativamente nosso humor, cognição e bem-estar emocional. Desta forma, uma dieta pobre em nutrientes e rica em alimentos não saudáveis pode contribuir para condições como depressão.
Como tratar a seletividade alimentar
Para evitar ou reduzir esses efeitos negativos, é essencial buscar aconselhamento de um profissional de saúde ou nutricionista para avaliar a dieta e garantir que o indivíduo receba os nutrientes necessários para manter um sistema imunológico saudável.
A educação do indivíduo (ou dos pais, no caso de crianças) sobre a importância de uma dieta equilibrada e os benefícios de incluir uma variedade de alimentos saudáveis também pode ser útil. Entender como diferentes alimentos contribuem para a saúde e o bem-estar pode motivar mudanças no comportamento alimentar.
É preciso considerar que em casos mais graves de seletividade alimentar existe a possibilidade de fazer uso de suplementos nutricionais para prevenir ou corrigir deficiências nutricionais.
Além disso, é importante saber quando levar os filhos para a terapia. Afinal, a psicologia desempenha um papel importante na compreensão e no tratamento desse distúrbio.
Como a seletividade alimentar muitas vezes envolve fatores psicológicos e comportamentais, profissionais de psicologia podem contribuir significativamente para abordar esse comportamento.
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