Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Yasmin Ramos Torres - Psicólogo CRP 06/163775
Você já ouviu falar da síndrome de FOMO?
O termo se trata de uma sigla em inglês que significa “Fear of Missing Out” — que pode ser traduzida para o português como “medo de perder algo”.
Ou seja, ela se refere a um estado psicológico caracterizado pelo receio de estar ficando de fora de experiências ou oportunidades significativas que outras pessoas parecem estar desfrutando, como viagens, participação de eventos, entre outros aspectos.
Quais as causas da síndrome de FOMO?
A síndrome de FOMO ocorre devido a uma combinação de fatores psicológicos, sociais e tecnológicos.
Isso significa que, apesar de estar muito relacionada ao constante acesso a informações que apresentamos no mundo contemporâneo, ainda é preciso considerar causas que vêm diretamente do meio onde o indivíduo está inserido.
Veja em mais detalhes os principais motivos que podem desencadear esse problema:
Exposição constante às redes sociais
A tecnologia moderna permite que tenhamos acesso instantâneo a informações e acontecimentos ao redor do mundo.
Assim, alinhado a isso, o uso frequente das redes sociais e a exposição a experiências aparentemente emocionantes de outras pessoas, conquistas e eventos sociais podem criar um sentimento de exclusão e a sensação de estar perdendo algo.
Afinal, através das postagens nas redes sociais, as pessoas podem compartilhar suas viagens, festas, eventos sociais, realizações profissionais e outras atividades que parecem emocionantes e divertidas.
Isso pode levar outras pessoas a se sentirem mal por não estarem participando dessas experiências.
É o que ocorre quando uma pessoa não consegue se organizar para uma viagem no final do ano, mas percebe que todos foram para algum lugar diferente nessa mesma época.
Ou, quando algum artista faz show e todos parecem ter comparecido, menos o indivíduo em questão.
Então, ao se deparar com esse tipo de situação, é comum ter pensamentos como “será que só eu não estou ‘vivendo’ e criando memórias?”.
Pressão social
A necessidade de se encaixar e ser aceito em grupos sociais pode levar as pessoas a buscarem constantemente participar de atividades e eventos, com medo de ficarem de fora.
Ou seja, a síndrome de FOMO pode criar um sentimento de insatisfação e ansiedade, fazendo com que as pessoas a se compararem constantemente com os outros e a buscarem fazer parte dessas programações para evitar a sensação de exclusão.
Então, depois de considerar que só você não está “vivendo”, irá tentar replicar o máximo de experiências que a sua bolha está tendo — e, muitas vezes, isso não vai te satisfazer, pois não parte de uma vontade genuína.
Lembrando que os seres humanos têm uma necessidade básica de pertencer a um grupo social e de serem aceitos por seus pares.
Cultura de compartilhamento de momentos
A cultura contemporânea incentiva fortemente as pessoas a compartilharem suas experiências nas internet.
Portanto, além da pressão nas redes sociais para fazer algo porque todos os seus amigos estão fazendo, também existe a vontade de ter algo para publicar em seu perfil pessoal.
Sendo assim, pessoas com síndrome de FOMO podem acabar fazendo parte de determinadas coisas somente para mostrar que também é uma pessoa interessante, que tem experiências emocionantes e que merece ser valorizada pela sua audiência.
Assim, essa atitude também é capaz de surgir pela extrema comparação social que é causada pelas redes sociais.
Ficar para atrás, aqui, também significa se menosprezar e achar que não tem algo valioso para oferecer, diferente de seus colegas que estão curtindo a vida.
Desta forma, o indivíduo pode começar a traçar metas inalcançáveis e se frustrar ainda mais quando, ainda assim, continua não conseguindo se encaixar.
Necessidade de validação e reconhecimento
Todos os pontos acima levam, também, a uma forte necessidade de ter reconhecimento e receber validação dos demais.
Isso porque o medo de perder momentos importantes pode estar relacionado à vontade dessas pessoas serem vistas e reconhecidos pelos outros.
Consequências da síndrome de FOMO
Considerando que a síndrome de FOMO tem uma relação direta com o fácil acesso às redes sociais e canais de informações, muitas vezes se torna inevitável desenvolver esse medo de estar ficando de fora de grandes experiências da convivência humana.
Porém, ela pode ter um impacto significativo na vida das pessoas que a experimentam.
Isso porque ela é capaz de afetar o bem-estar emocional, o comportamento e os relacionamentos sociais.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais a síndrome de FOMO pode se manifestar:
Insatisfação e baixa autoestima
Sentir que não está participando de nada e se comparar constantemente com os outros pode levar à insatisfação com a própria vida e à baixa autoestima.
Assim, as pessoas podem sentir que suas próprias realizações e experiências são inferiores.
Dificuldade em aproveitar os momentos vividos
O foco excessivo nas atividades dos outros pode dificultar a capacidade de aproveitar o momento presente.
Inclusive, o medo de perder oportunidades pode levar a uma indecisão constante, já que ela precisa, a todo tempo, fazer escolhas sobre o que seria mais “proveitoso”.
Ansiedade e estresse
Em casos mais graves, a preocupação extrema em fazer parte de experiências emocionantes pode levar à ansiedade e ao estresse crônico.
Então, as pessoas podem sentir uma pressão constante para estar sempre conectadas e atualizadas sobre as atividades dos outros, o que pode gerar um estado de alerta constante.
Como se livrar da síndrome de FOMO
Por se tratar de uma questão psicológica, a terapia desempenha um papel importante e essencial no tratamento da síndrome de FOMO, fornecendo estratégias e abordagens para lidar com os sentimentos de ansiedade, insatisfação e medo de perder algo.
Encontrar um psicólogo é o melhor caminho para reduzir essa sensação de ficar de fora das experiências de vida, pois ele te ajudará a colocar em perspectiva as suas realizações pessoais, a significância delas em sua realidade e diminuir as comparações com as conquistas das pessoas que estão ao seu redor.
Assim, a psicologia pode auxiliar, também, no desenvolvimento de uma maior consciência dos pensamentos e emoções associados à síndrome de FOMO.
Isso envolve identificar os gatilhos específicos que desencadeiam a preocupação de perder algo e compreender como esses pensamentos afetam o bem-estar emocional.
Abordagens psicoterápicas mais indicadas
Inclusive, é interessante se atentar às abordagens da psicologia que são mais recomendadas.
Profissionais voltados, por exemplo, para a terapia cognitivo-comportamental (TCC), já que ela se propõe a desafiar e modificar os padrões de pensamento negativos — o que é bastante útil quando se fala da síndrome de FOMO.
Os terapeutas podem ajudar os indivíduos a substituírem pensamentos distorcidos ou irracionais por aqueles que são mais realistas e adaptativos.
Lembrando que para além da psicologia, é interessante, nesses casos, definir limites de tempo para o uso ou mesmo uma pausa das redes sociais.
Limite o tempo gasto nas redes sociais e evite verificar constantemente as notificações para que seja possível valorizar suas próprias experiências e deixar de se comparar com os demais.
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Autor: psicologa Yasmin Ramos Torres - CRP 06/163775Formação: Atua com base na abordagem da Análise do Comportamento em conjunto com a Terapia Cognitivo Comportamental. Possui capacitação em Neurolinguística, Inteligência emocional, Instrumentos para avaliação psicológica e psicodiagnóstico. Realizou diversos cursos de extensão e aprimoramento...