Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Yasmin Ramos Torres - Psicólogo CRP 06/163775
Como você se trata? Com amor ou com rigidez?
Não é difícil cair na armadilha da falta de amor-próprio e se tornar o seu pior algoz. Embora algumas pessoas tenham tendência natural a isso devido à mentalidade pessimista, todos nós podemos começar a alimentar pensamentos autodestrutivos em algum momento da vida.
Como a tendência é se acostumar com os próprios comportamentos, sejam esses bons ou maus, você pode não ter percebido que é o seu pior inimigo.
Na verdade, você pode querer atribuir o seu mal-estar psicólogo a outras pessoas, a acontecimentos ou qualquer outro elemento externo, sem perceber que a fonte do seu sofrimento é interior.
Identificando se você é o seu algoz
Como você se trata? Com compaixão e compreensão, ou com críticas duras?
A forma como você se enxerga influencia os seus comportamentos e pensamentos, os quais, por sua vez, ditam a qualidade das suas vivências. Para ter experiências agradáveis, logicamente é preciso nutrir uma boa autopercepção. Caso contrário, emoções e situações negativas serão abundantes em sua vida.
O amor-próprio é vital para ter sucesso – a sua visão de sucesso, seja lá qual for – em todos os segmentos da vida. A pessoa que se ama não permite ser maltrata ou coloca a sua saúde mental e física em segundo lugar. Ela é, acima de tudo, leal a si mesma e às suas necessidades.
Por isso, corre atrás de conhecimento, aprimora habilidades e escolhe muito bem as suas amizades e relacionamentos. Você permite tudo isso a si mesmo ou precisa fazer acordos consigo mesmo para conseguir “regalias”, como dizer não a um pedido extravagante?
Quando você se coloca no lugar do seu algoz, as oportunidades desaparecem e o seu bem-estar descresse significativamente. As críticas constantes e a falta de consideração consigo mesmo o levam a fazer escolhas visando a conveniência das situações em vez da sua saúde mental.
Abaixo, veja os comportamentos mais comuns de pessoas que assumiram o papel de seus piores algozes. Reflita sobre quais estão presentes em sua vida. Dessa forma, você conseguirá identificar quais condutas têm replicado sem perceber – ou sem querer admitir.
1. Escolhas equivocadas
Escolhas equivocadas são decisões tomadas no calor do momento, visando acabar com um problema momentâneo ou com o objetivo de agradar terceiros. Pessoas que atuam como seus algozes raramente tomam decisões que lhe beneficiam.
Quando você escolhe ficar em um relacionamento somente para não ficar sozinho, por exemplo, as consequências dessa decisão equivocada aparecerão no formato de insatisfação e infelicidade. No fim, você acabará tendo mais problemas.
2. Falta de consideração consigo mesmo
Mas o que seria não ter consideração consigo mesmo?
A maioria das pessoas não compreende esse conceito porque se apega aos problemas de amigos e familiares, esquecendo-se de cuidar de si mesmas. Preferem elogiar e ajudar os outros a crescerem na vida em vez de planejarem o próprio futuro. As suas vontades são sempre colocadas “em espera”.
Isso acontece porque não acreditam o bastante em si mesmas, então, optam por dar atenção a terceiros. É mais fácil desviar o foco para o que está além dos seus problemas.
3. Expectativas descontroladas
Você costuma manter expectativas altíssimas para si mesmo e para as suas vivências?
Expectativas moderadas e que correspondem à realidade são saudáveis e podem ajudá-lo a se animar com um acontecimento futuro importante. Já se forem descontroladas, exigem um esforço monumental para serem satisfeitas. Além disso, a probabilidade de conseguir esse feito é muito baixa.
4. Vontade de desistir
A vontade de desistir é recorrente em quem se tornou o seu pior algoz. Pessoas nessa situação iniciam projetos diversos, mas não conseguem finalizá-los. Elas duvidam da própria capacidade de aguentar desafios e experiências de vida inéditas, como uma mudança de cidade ou estudo no exterior.
Esse comportamento também faz com que transfiram a culpa dos seus problemas para os outros.
5. Autossabotagem
A autossabotagem é uma conduta muito comum entre quem cultiva o hábito de se detestar. A falta de confiança incentiva às pessoas a sabotarem as suas experiências, sejam profissionais ou afetivas. Reflita sobre como você aproveita as oportunidades que lhe são concedidas. É com muita gratidão e entusiasmo ou com dúvidas e insegurança?
A autocrítica excessiva
A autocrítica excessiva é um hábito de pessoas com comportamento rígido e autoestima baixa. Elas vivem em um estado perene de autopunição, reprovando as suas condutas, emoções ou pensamentos. O hábito de buscar defeitos é tão intrínseco a elas que é feito naturalmente.
Quando controlada, a autocrítica é uma ferramenta que estimula o crescimento pessoal e o autoconhecimento. Ela possibilita a análise de características positivas e negativas da personalidade, assim como a definição de caminhos para modificá-las.
É importante voltar o olhar para si mesmo. Psicólogos aconselham a olhar com frequência para os aspectos de nossas vidas que causam desagrado, mesmo se eles estiverem relacionados diretamente com quem somos.
A rotina corrida e ocupada, contudo, pode desviar o foco das nossas condutas inadequadas. É mais fácil encontrar falhas nos outros, especialmente em quem não temos apego emocional.
Todavia, é preciso tomar cuidado para não quebrar o equilíbrio entre o saudável e o excessivo e pender para o lado da autocrítica exagerada. O perfeccionismo, a ansiedade e a baixa autoestima são as razões mais comuns para esse hábito.
Pessoas perfeccionistas exigem muito de si mesmas e cada deslize (de acordo com os padrões delas) é visto com repulsa. A baixa autoestima costuma estar relacionada e potencializar as críticas e exigências. Já as pessoas ansiosas são atormentadas por pensamentos intrusivos e incontroláveis, os quais são cobertos de julgamento.
A autocrítica excessiva fere a autoconfiança e o amor-próprio. A longo prazo pode causar prejuízos não apenas para o bem-estar emocional desses indivíduos, mas também para a saúde física, o relacionamento e o trabalho.
Como aprender a se amar?
O amor-próprio, assim como a autoestima e a autoconfiança, pode ser construído a partir de hábitos e condutas que visam o bem-estar. Esta é uma jornada difícil para quem está acostumado a se detestar.
As críticas não serão substituídas por elogios e palavras de amor magicamente. Você precisará se esforçar para aprender a gostar de si mesmo.
A boa notícia é que as razões para se amar já existem e são múltiplas! Tratam-se das suas qualidades, boas ações e conquistas. Você pode não conseguir enxergar todas no momento devido à sua autopercepção negativa.
Os princípios do amor-próprio
O conceito de amor-próprio é simples, mas colocá-lo em prática é complicado. Isso porque sempre encontraremos algo em nós para aperfeiçoar.
Para não criar inimizade consigo mesmo, entretanto, é preciso ser compassivo com essas características e compreender que qualquer mudança de comportamento é vagarosa. Modificar um traço de personalidade “defeituoso” é possível, mas pode levar meses ou até anos para isso. Portanto, aprenda a ser paciente consigo mesmo.
Além do mais, você precisa pensar seriamente antes de desejar modificar qualquer aspecto de si mesmo. As suas intenções devem ser valorosas somente para você mesmo.
Caso alguém esteja pressionando-o a fazer uma mudança por meio de críticas, não sucumba às vontades dessa pessoa sem considerar o que você quer primeiro. Esse cuidado com os seus desejos é, na verdade, um dos muitos princípios do amor-próprio.
- Honestidade: Esse princípio faz com que as pessoas olhem para o seu interior e percebam sentimentos em relação à sua situação de vida atual. Se esta estiver causando sofrimento, significa que está na hora de mudar. Todavia, nem todos conseguem aceitar o desafio da mudança. Por isso, ser honesto com você mesmo é essencial para cultivar o amor-próprio.
- Autoaceitação: Além de se aceitar como é, a autoaceitação implica em cessar a negação de suas emoções, condutas e pensamentos. Você deve acolhê-los para que possam começar a ser úteis e não armas contra a sua felicidade.
- Gratidão: Seja grato pelo bom e pelo ruim, independente de como ambos lhe fizeram sentir. Até os eventos ruins têm propósito em nossa vida, sabia? Sem eles, não estaríamos aonde chegamos hoje. É por isso que também merecem agradecimento.
- Respeito: Ninguém precisa se envergonhar de recuar ou se afastar de pessoas ou de situações para cuidar da saúde mental. Essa atitude não quer dizer, de fato, que se está desistindo do que é almejado. É, na verdade, uma forma de se respeitar.
Paciência: Se amar exige muita paciência. Se você é o seu pior algoz, é imperativo que seja paciente consigo mesmo enquanto se conhece e aprende a se amar.
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Autor: psicologa Yasmin Ramos Torres - CRP 06/163775Formação: Atua com base na abordagem da Análise do Comportamento em conjunto com a Terapia Cognitivo Comportamental. Possui capacitação em Neurolinguística, Inteligência emocional, Instrumentos para avaliação psicológica e psicodiagnóstico. Realizou diversos cursos de extensão e aprimoramento...